Seguidores
15 de dez. de 2013
24 de out. de 2013
O trem da madrugada
O trem da madrugada
Quase sempre na madrugada,
meu pai, um a um ia acordar
dizendo: acorda meus
curumins,
que tá chegando a
hora de viajar!
No silêncio enternecedor daquela rua,
sonolentos, a gente caminhava devagar,
a minha mãe apressada reclamava:
vamos meninos, tá na hora, de embarcar!
A pequena cidade toda às escuras,
somente a luz da lua a nos guiar...
de longe se ouvia um apito estridente,
era a Maria fumaça que acabava de chegar...
Na plataforma da estação todos apostos...
num relance o trem de passageiros acostou,
meu pai com os
bilhetes foi chegando, e
no vagão, primeiro, fomos logo se assentando..
Em pouco tempo a locomotiva apita e vai...
nos trilhos o trem majestoso segue veloz,
na beira da linha o aceno alegre de quem vai,
cedinho para a roça, enxada no ombro, trabalhar...
Na janela, todos de uma vez, queríamos ficar,
Pois, em mais uma estação, o trem iria chegar...
e o meu querido pai bem apressadinho desce,
e compra pão e colchão de noiva para nós merendar...
Escuta-se novamente o apito do trem;
em outra estação acabou de parar...
gente descendo, gente subindo,
são uns chegando e outros partindo...
E assim, queimando lenha, lá vai Maria,
soltando fumaça por todo o sertão,
já na janela, meus pais, sorriam felizes...
O trem chegava, à nossa estação...
(fátima fontenelle)
20 de out. de 2013
Da janela do meu quarto
Da janela do meu quarto
Da janela do meu quarto, no meu silencio desvairo;
e como num filme assisto cenas do meu viver...
revejo travessias
de
lembranças não esquecidas,
pedaços de minha vida, que da janela eu posso ver...
Com o olhar mergulhado no imenso azul do céu,
comovida encontro-me com tudo que ali deixei,
com a casinha de alpendre feita de taipa e barro e,
no terreiro ainda, a carnaubeira, que por lá plantei...
E da minha janela absorta em meus devaneios,
que por entre árvores um pássaro feliz ouço cantar.
E no açude pegando água na cabaça e já cansado,
vejo o meu
velho pai, alegremente, assobiar...
Da minha janela vou além do horizonte
fecho os olhos, sigo no vento, pro meu lugar
a minha mãe de vestido de flores na cozinha
na beira do fogão acende a lenha a cantarolar...
E assim, da minha janela, deliro acordada
também com o moço do cavalo branco que passa por cá
sou uma menina moça, dengosa e faceira,
que espera na janela o seu príncipe encantado passar...
(fatima fontenelle)
20.10.2013
20.10.2013
12 de out. de 2013
Penso...
Penso...
Logo te vejo
banhar-se na chuva que cai devagar;
com os pingos
frios que molham o teu corpo miúdo e
minha alma pequena,
estremece sob a luz do luar...
Sinto...
No ar o perfume que exala docemente de ti,
que embebendo a minha pele cálida, carente,
cravando teu cheiro suavemente em
mim.
Desejo...
A todo instante sentir tua presença
amada,
que venha da chuva, do vento, da brisa,
das gotas do orvalho e das ondas do mar...
Anseio
Por um momento que seja escutar a tua voz;
cantando baixinho ao apaixonado coração,
um hino de amor, numa linda canção...
(fatima fontenelle)
12.10.13
Assinar:
Postagens (Atom)